PORTUGUÊS
"COLORED BLACK" apresenta-se como uma obra magistral do expressionismo abstrato contemporâneo com influências do color field painting e da arte minimalista japonesa. Esta tela de proporções imponentes (120 x 80 cm) desafia imediatamente a percepção do espectador através de seu título paradoxal, propondo uma exploração visual e conceitual da dualidade entre ausência e presença cromática. O artista emprega óleo sobre canvas com extraordinária sutileza técnica, criando uma superfície que, à primeira vista, parece dominada pelo negro, mas que revela, mediante contemplação prolongada, uma riqueza de nuances cromáticas que emergem das profundezas do pigmento como constelações em um céu noturno.
A composição é estruturada em torno de um campo predominantemente negro que ocupa a maior parte da tela, porém este negro revela-se multidimensional e complexo, incorporando sutis variações tonais que sugerem profundidade infinita. Distribuídas estrategicamente ao longo desta superfície aparentemente monocromática, encontram-se intervenções cromáticas vibrantes - fragmentos de vermelho intenso, azul profundo, verde luminoso e amarelo dourado - que emergem como pontos focais que ancoram o olhar do espectador antes de convidá-lo a explorar as regiões mais obscuras da tela. Esta justaposição cria uma tensão visual extraordinária entre contenção e expressão, entre o vazio contemplativo e a explosão emocional representada pelas cores vibrantes.
A técnica de aplicação da tinta revela uma abordagem que valoriza tanto a materialidade quanto a transcendência. As camadas de negro são aplicadas com variações sutis de textura e densidade, criando uma superfície que absorve e reflete luz de maneiras diferentes dependendo do ângulo de observação e da iluminação ambiente. Esta qualidade camaleônica da superfície pictórica transforma a experiência da obra em um evento dinâmico e interativo, onde cada momento de observação pode revelar novos aspectos e relações cromáticas. Os elementos coloridos, por sua vez, parecem emergir organicamente do fundo negro, como se fossem manifestações espontâneas de energia vital contida nas profundezas da tela.
O título "COLORED BLACK" opera como um koan visual, um paradoxo que convida à meditação sobre a natureza da cor, da percepção e da dualidade. Na tradição filosófica oriental, particularmente no zen-budismo, o negro não é simplesmente ausência de cor, mas um campo de possibilidades infinitas - uma ideia que encontra expressão perfeita nesta obra. Alternativamente, a pintura pode ser interpretada como uma metáfora visual para a maneira como a beleza e a vitalidade podem emergir dos momentos mais obscuros da experiência humana, ou como um comentário sobre como nossa percepção frequentemente falha em captar a complexidade e riqueza ocultas sob superfícies aparentemente simples ou monolíticas.
Esta obra transcende categorias estilísticas convencionais para se estabelecer como uma contribuição significativa à arte contemporânea, demonstrando como conceitos aparentemente simples podem ser veículos para explorações visuais e filosóficas de profunda complexidade. Ao transformar o negro - tradicionalmente visto como ausência ou negação - em um campo de possibilidades cromáticas e expressivas, o artista nos convida a reconsiderar nossas pressuposições sobre cor, forma e significado. "COLORED BLACK" estabelece-se assim como uma peça de extraordinária sofisticação conceitual e visual, onde cada momento de contemplação pode revelar novas dimensões de significado e experiência estética, recompensando infinitamente o olhar atento e receptivo do espectador.
ENGLISH
"COLORED BLACK" presents itself as a masterful work of contemporary abstract expressionism with influences from color field painting and Japanese minimalist art. This canvas of imposing proportions (120 x 80 cm) immediately challenges the viewer's perception through its paradoxical title, proposing a visual and conceptual exploration of the duality between chromatic absence and presence. The artist employs oil on canvas with extraordinary technical subtlety, creating a surface that, at first glance, appears dominated by black, but which reveals, through prolonged contemplation, a richness of chromatic nuances that emerge from the depths of the pigment like constellations in a night sky.
The composition is structured around a predominantly black field that occupies most of the canvas, yet this black reveals itself to be multidimensional and complex, incorporating subtle tonal variations that suggest infinite depth. Strategically distributed throughout this apparently monochromatic surface are vibrant chromatic interventions - fragments of intense red, deep blue, luminous green, and golden yellow - that emerge as focal points anchoring the viewer's gaze before inviting them to explore the more obscure regions of the canvas. This juxtaposition creates an extraordinary visual tension between restraint and expression, between contemplative emptiness and the emotional explosion represented by the vibrant colors.
The technique of paint application reveals an approach that values both materiality and transcendence. The layers of black are applied with subtle variations in texture and density, creating a surface that absorbs and reflects light in different ways depending on the angle of observation and ambient lighting. This chameleon-like quality of the pictorial surface transforms the experience of the work into a dynamic and interactive event, where each moment of observation can reveal new aspects and chromatic relationships. The colored elements, in turn, seem to emerge organically from the black background, as if they were spontaneous manifestations of vital energy contained in the depths of the canvas.
The title "COLORED BLACK" operates as a visual koan, a paradox that invites meditation on the nature of color, perception, and duality. In the Eastern philosophical tradition, particularly in Zen Buddhism, black is not simply the absence of color, but a field of infinite possibilities - an idea that finds perfect expression in this work. Alternatively, the painting can be interpreted as a visual metaphor for the way beauty and vitality can emerge from the darkest moments of human experience, or as a commentary on how our perception often fails to capture the complexity and richness hidden beneath seemingly simple or monolithic surfaces.
This work transcends conventional stylistic categories to establish itself as a significant contribution to contemporary art, demonstrating how seemingly simple concepts can be vehicles for visual and philosophical explorations of profound complexity. By transforming black - traditionally viewed as absence or negation - into a field of chromatic and expressive possibilities, the artist invites us to reconsider our assumptions about color, form, and meaning. "COLORED BLACK" thus establishes itself as a piece of extraordinary conceptual and visual sophistication, where each moment of contemplation can reveal new dimensions of meaning and aesthetic experience, infinitely rewarding the attentive and receptive gaze of the viewer.
A Galeria Margot nasceu do olhar sensível e da jornada pessoal do médico e artista plástico Fábio Teixeira. Fundada como um espaço de expressão e resiliência, a galeria celebra a arte contemporânea em suas diversas formas, refletindo a paixão de seu idealizador por cores, texturas e a capacidade transformadora da criação artística. Mais que uma galeria, é um lugar onde a arte floresce como um legado de amor e superação.