Título: URBAN GRAFFITI
Dimensões: 120 x 120 cm Técnica: Tinta a óleo sobre tela (200g)
A obra "URBAN GRAFFITI" apresenta-se como uma tela imponente de 120x120 cm, cujas dimensões já convidam à imersão. O uso da tinta a óleo sobre uma tela de 200g, um peso que permite a construção de camadas sem excesso de rigidez, é fundamental para o efeito desejado.
Técnica Utilizada: A técnica empregada é marcada pela audácia e pela exploração da materialidade da tinta a óleo. As pinceladas são visivelmente texturizadas em diversas áreas, sugerindo a aplicação de camadas generosas de pigmento ou o uso de espátula, o que confere uma organicidade e uma sensação tátil à superfície. Os contornos espessos e escuros, quase labirínticos, são a espinha dorsal da composição, agindo como barreiras e conectores que delimitam e entrelaçam os distintos blocos de cor. Essa técnica de "compartimentalização" lembra, à primeira vista, a estética do vitral ou do cloisonné, mas com uma execução que é deliberadamente mais crua, visceral e menos polida, em consonância com a temática urbana. A variação na saturação e luminosidade dentro de cada "célula" colorida demonstra um controle sutil sobre a tinta, permitindo que a luz dance sobre as texturas e crie profundidade.
Estilo: O estilo da obra se insere claramente no abstracionismo lírico, com fortes ecos do Expressionismo. Não há formas figurativas reconhecíveis; em vez disso, a emoção e a experiência são transmitidas através da cor e da forma abstrata. A escolha de cores – que varia de tons vibrantes como o amarelo limão e o vermelho-fogo, a verdes profundos, azuis elétricos e lilases, misturados com cinzas e marrons terrosos – sugere um diálogo entre a vitalidade e a degradação, a artificialidade e a natureza bruta. A ausência de uma perspectiva tradicional e a composição "all-over" contribuem para uma sensação de movimento constante e de uma realidade multifacetada, espelhando a complexidade de uma metrópole. O título "Urban Graffiti" e a inspiração em "paredes pintadas de uma cidade poluída como São Paulo" revelam a intenção de transcender a mera abstração e ancorar a obra numa realidade cultural específica. Há uma clara homenagem à arte de rua e ao grafite, percebida nos contornos fortes e na sobreposição de cores, que mimetizam as intervenções espontâneas e efêmeras dos muros da cidade.
Contexto Poético: "URBAN GRAFFITI" é mais do que uma pintura; é um manifesto visual sobre a experiência urbana contemporânea. O nome da obra é o portal para a sua compreensão poética. Ela evoca a paisagem visual e sensorial de uma metrópole como São Paulo, onde a arte e a poluição, o belo e o caótico, coexistem em uma dança incessante. As cores vibrantes podem ser interpretadas como os lampejos de vida, a expressão cultural e a energia pulsante da cidade, enquanto os tons mais escuros e as texturas ásperas podem simbolizar a sujeira, a poluição e a impermanência do ambiente urbano. As formas orgânicas, que se chocam e se entrelaçam, podem representar o fluxo desordenado da vida urbana – pessoas, veículos, sons, ideias – todos coexistindo em um espaço denso. É como se a tela capturasse um fragmento de um muro de São Paulo, não um muro real, mas a sua essência: camadas de história, mensagens sobrepostas, a estética da intervenção humana em um cenário em constante mutação. A obra celebra a beleza encontrada na imperfeição e no caos, convidando o observador a refletir sobre a identidade visual de nossas cidades e sobre a poesia oculta em seus grafites e pichações. É uma expressão da alma urbana, complexa, suja e fascinante.
Art Criticism: "URBAN GRAFFITI"
English Version
Title: URBAN GRAFFITI
Dimensions: 120 x 120 cm Medium: Oil paint on canvas (200g)
The artwork "URBAN GRAFFITI" presents itself as an imposing 120x120 cm canvas, whose dimensions alone invite immersion. The use of oil paint on a 200g canvas, a weight that allows for layer building without excessive stiffness, is fundamental to achieving the desired effect.
Technique Used: The technique employed is marked by boldness and an exploration of the materiality of oil paint. The brushstrokes are visibly textured in several areas, suggesting the application of generous layers of pigment or the use of a palette knife, which lends an organic quality and a tactile sensation to the surface. The thick, dark, almost labyrinthine outlines are the backbone of the composition, acting as both barriers and connectors that delimit and intertwine the distinct blocks of color. This "compartmentalization" technique, at first glance, recalls the aesthetic of stained glass or cloisonné, but with an execution that is deliberately rawer, more visceral, and less polished, in tune with the urban theme. The variation in saturation and luminosity within each colored "cell" demonstrates a subtle control over the paint, allowing light to dance across the textures and create depth.
Style: The work's style clearly falls within lyrical abstraction, with strong echoes of Expressionism. There are no recognizable figurative forms; instead, emotion and experience are conveyed through color and abstract shape. The choice of colors – ranging from vibrant hues like lemon yellow and fiery red, to deep greens, electric blues, and lilacs, mixed with earthy grays and browns – suggests a dialogue between vitality and degradation, artificiality and raw nature. The absence of traditional perspective and the "all-over" composition contribute to a sense of constant movement and a multifaceted reality, mirroring the complexity of a metropolis. The title "Urban Graffiti" and the inspiration from "painted walls of a polluted city like São Paulo" reveal the intention to transcend mere abstraction and anchor the work in a specific cultural reality. There is a clear homage to street art and graffiti, perceived in the strong outlines and the layering of colors, which mimic the spontaneous and ephemeral interventions on city walls.
Poetic Context: "URBAN GRAFFITI" is more than a painting; it is a visual manifesto on the contemporary urban experience. The title of the work is the gateway to its poetic understanding. It evokes the visual and sensory landscape of a metropolis like São Paulo, where art and pollution, beauty and chaos, coexist in an incessant dance. The vibrant colors can be interpreted as flashes of life, cultural expression, and the pulsating energy of the city, while the darker tones and rough textures might symbolize the grime, pollution, and impermanence of the urban environment. The organic forms, clashing and intertwining, could represent the disordered flow of urban life – people, vehicles, sounds, ideas – all coexisting in a dense space. It is as if the canvas captures a fragment of a São Paulo wall, not a real wall, but its essence: layers of history, superimposed messages, the aesthetic of human intervention in a constantly changing scenario. The work celebrates the beauty found in imperfection and chaos, inviting the viewer to reflect on the visual identity of our cities and the hidden poetry in their graffiti and tags. It is an expression of the urban soul, complex, grimy, and fascinating.
A Galeria Margot nasceu do olhar sensível e da jornada pessoal do médico e artista plástico Fábio Teixeira. Fundada como um espaço de expressão e resiliência, a galeria celebra a arte contemporânea em suas diversas formas, refletindo a paixão de seu idealizador por cores, texturas e a capacidade transformadora da criação artística. Mais que uma galeria, é um lugar onde a arte floresce como um legado de amor e superação.