PORTUGUÊS
"CONFUSION" emerge como uma obra emblemática do caosismo estruturado contemporâneo com influências do expressionismo cognitivo e da estética do labirinto mental. Esta tela quadrada monumental (120 x 120 cm) executada em óleo e mídia mista sobre canvas materializa visualmente o estado psicológico da confusão em toda sua complexidade paradoxal. A paleta cromática é deliberadamente desorientadora, justapondo cores que vibram em frequências dissonantes – vermelhos alaranjados contra verdes ácidos, azuis elétricos contra amarelos sulfúricos, violetas profundos contra ocres terrosos – criando um campo visual que resiste à organização perceptiva imediata. O artista emprega técnicas de sobreposição, interrupção e fragmentação onde linhas de força se iniciam apenas para serem abruptamente cortadas, padrões emergem momentaneamente antes de dissolverem-se no caos, e figuras sugeridas nunca se completam totalmente, mantendo o olhar em perpétuo estado de busca por coerência.
Composição e Técnica
A composição apresenta uma estrutura labiríntica multifocal onde o espaço pictórico é simultaneamente centrífugo e centrípeto, criando correntes visuais que puxam o olhar em direções contraditórias. O formato quadrado perfeito da tela estabelece um campo de contenção para forças caóticas que parecem ameaçar transbordar os limites da representação, espelhando a experiência psicológica de tentar manter a compostura enquanto se navega estados internos de desorientação. O artista demonstra extraordinária maestria técnica na manipulação de diferentes meios, alternando entre áreas de pintura fluida quase líquida, zonas de empasto denso e textural, e incorporação de elementos colados ou impressos que introduzem referências fragmentadas ao mundo externo. Esta abordagem multimídia cria uma superfície pictórica de complexidade arqueológica, onde camadas se sobrepõem como pensamentos interrompidos ou memórias parciais, convidando a uma exploração visual que espelha nossos próprios processos cognitivos quando confrontados com informação excessiva ou contraditória.
Significado e Contexto
"CONFUSION", como sugere seu título direto e experiencial, opera como uma fenomenologia visual do estado mental que todos experimentamos mas raramente conseguimos articular com precisão. A obra pode ser interpretada como uma cartografia da desorientação contemporânea – um mapeamento não apenas de um estado psicológico individual, mas de uma condição cultural coletiva marcada por sobrecarga informacional, narrativas contraditórias e colapso de sistemas de significado anteriormente estáveis. Em um nível mais profundo, a peça convida a uma reflexão sobre como a confusão, tradicionalmente vista como estado negativo a ser superado, pode também funcionar como espaço liminar necessário para a emergência de novas ordens de compreensão – o caos criativo que precede reorganizações paradigmáticas tanto na cognição individual quanto na evolução cultural.
Relevância Contemporânea
Esta obra dialoga diretamente com a condição existencial contemporânea marcada por complexidade crescente, ambiguidade moral e epistemológica, e erosão de certezas fundamentais. Num momento histórico onde a sobrecarga informacional e a fragmentação da atenção caracterizam a experiência cotidiana, "CONFUSION" oferece não uma fuga simplista, mas uma visualização honesta e sofisticada de nossa realidade cognitiva. A estética simultaneamente caótica e estruturada da peça – onde a desordem revela padrões emergentes sob observação prolongada – posiciona-a como metáfora visual para possibilidades de navegação através da complexidade sem reduzi-la, tornando-a particularmente relevante para instituições e colecionadores interessados em arte que engaja criticamente com as condições psicológicas definidoras de nossa era.
Impacto Emocional
O verdadeiro poder de "CONFUSION" reside em sua capacidade paradoxal de proporcionar clareza através da representação precisa da desorientação. A obra inicialmente desestabiliza o observador, recusando pontos de ancoragem visual imediatos, mas gradualmente revela uma coerência mais profunda – não a coerência simplista da ordem imposta, mas a coerência complexa dos sistemas caóticos que seguem padrões emergentes não-lineares. Para espaços habitados, esta peça funciona como um espelho cognitivo que valida e exterioriza estados internos frequentemente negados ou patologizados, criando um ambiente de honestidade psicológica radical. A cada novo encontro com a obra, diferentes padrões e relações emergem do aparente caos, tornando-a uma fonte inesgotável de descoberta perceptiva – um lembrete visual de que a confusão, quando abraçada plenamente, pode ser não apenas um estado transitório a ser superado, mas um território fértil para exploração e crescimento.
ENGLISH
"CONFUSION" emerges as an emblematic work of contemporary structured chaosism with influences from cognitive expressionism and the aesthetics of the mental labyrinth. This monumental square canvas (120 x 120 cm) executed in oil and mixed media on canvas visually materializes the psychological state of confusion in all its paradoxical complexity. The chromatic palette is deliberately disorienting, juxtaposing colors that vibrate at dissonant frequencies – orange reds against acidic greens, electric blues against sulfuric yellows, deep violets against earthy ochres – creating a visual field that resists immediate perceptual organization. The artist employs techniques of overlapping, interruption, and fragmentation where lines of force begin only to be abruptly cut off, patterns momentarily emerge before dissolving into chaos, and suggested figures never fully complete themselves, keeping the gaze in a perpetual state of searching for coherence.
Composition and Technique
The composition presents a multifocal labyrinthine structure where the pictorial space is simultaneously centrifugal and centripetal, creating visual currents that pull the gaze in contradictory directions. The perfect square format of the canvas establishes a field of containment for chaotic forces that seem to threaten to overflow the limits of representation, mirroring the psychological experience of trying to maintain composure while navigating internal states of disorientation. The artist demonstrates extraordinary technical mastery in the manipulation of different media, alternating between areas of almost liquid fluid painting, zones of dense and textural impasto, and incorporation of glued or printed elements that introduce fragmented references to the external world. This multimedia approach creates a pictorial surface of archaeological complexity, where layers overlap like interrupted thoughts or partial memories, inviting a visual exploration that mirrors our own cognitive processes when confronted with excessive or contradictory information.
Meaning and Context
"CONFUSION," as its direct and experiential title suggests, operates as a visual phenomenology of the mental state that we all experience but rarely manage to articulate with precision. The work can be interpreted as a cartography of contemporary disorientation – a mapping not only of an individual psychological state, but of a collective cultural condition marked by informational overload, contradictory narratives, and the collapse of previously stable systems of meaning. At a deeper level, the piece invites reflection on how confusion, traditionally seen as a negative state to be overcome, can also function as a necessary liminal space for the emergence of new orders of understanding – the creative chaos that precedes paradigmatic reorganizations in both individual cognition and cultural evolution.
Contemporary Relevance
This work directly dialogues with the contemporary existential condition marked by increasing complexity, moral and epistemological ambiguity, and erosion of fundamental certainties. In a historical moment where informational overload and fragmentation of attention characterize daily experience, "CONFUSION" offers not a simplistic escape, but an honest and sophisticated visualization of our cognitive reality. The simultaneously chaotic and structured aesthetics of the piece – where disorder reveals emergent patterns under prolonged observation – positions it as a visual metaphor for possibilities of navigating through complexity without reducing it, making it particularly relevant for institutions and collectors interested in art that critically engages with the defining psychological conditions of our era.
Emotional Impact
The true power of "CONFUSION" resides in its paradoxical capacity to provide clarity through the precise representation of disorientation. The work initially destabilizes the observer, refusing immediate visual anchor points, but gradually reveals a deeper coherence – not the simplistic coherence of imposed order, but the complex coherence of chaotic systems that follow non-linear emergent patterns. For inhabited spaces, this piece functions as a cognitive mirror that validates and externalizes internal states often denied or pathologized, creating an environment of radical psychological honesty. With each new encounter with the work, different patterns and relationships emerge from the apparent chaos, making it an inexhaustible source of perceptual discovery – a visual reminder that confusion, when fully embraced, can be not just a transitory state to be overcome, but a fertile territory for exploration and growth.
A Galeria Margot nasceu do olhar sensível e da jornada pessoal do médico e artista plástico Fábio Teixeira. Fundada como um espaço de expressão e resiliência, a galeria celebra a arte contemporânea em suas diversas formas, refletindo a paixão de seu idealizador por cores, texturas e a capacidade transformadora da criação artística. Mais que uma galeria, é um lugar onde a arte floresce como um legado de amor e superação.